domingo, 27 de fevereiro de 2011

Belém chora a perda de seu mestre

Belém acordou chorando sua chuva fininha e silenciosa; previa a morte de uma de seus mais célebres filhos. Benedito Nunes.


O filósofo e escritor brasileiro Benedito José Viana da Costa Nunes, mais conhecido como Benedito Nunes, nasceu no dia 21 de novembro de 1929, em Belém, capital do Pará. Ingressou no universo da leitura aos quatro anos. 

 Benedito cresceu sempre ao lado de seus melhores amigos, os livros. A princípio ele dividia essa amizade com as habituais brincadeiras de menino, depois com os estudos secundários e, quando jovem, com a Faculdade de Direito. 

Sua vida foi incessantemente dedicada à Filosofia e à Literatura. Desde os anos 50 atuava como professor, lecionando na Universidade Federal do Pará, como professor titular de Filosofia, e em outras universidades brasileiras, francesas e norte-americanas, no campo da literatura. 

A representação da peça Morte e vida Severina, de João Cabral de Melo Neto, no 1º Festival Nacional de Teatro Amador, em 1958, na cidade de Recife, garantiu a Benedito o prêmio de melhor adaptação teatral, enquanto Maria Sylvia ganhava o de melhor direção. Ele e seu grupo deixaram marcas na história do teatro do Pará ao darem início neste campo a um estágio mais moderno. 

Quanto à literatura, Benedito escrevia desde a infância. Na fase adolescente ele escreveu para periódicos da escola, colaborando posteriormente com jornais da região, elaborando resenhas e críticas literárias, que depois se estenderam aos veículos de âmbito nacional. Sua obra é vasta, composta de livros, participações em criações coletivas e artigos inúmeros em edições especializadas. Sua primeira obra foi justamente uma análise do trabalho de Clarice Lispector – O mundo de Clarice Lispector, de 1966 -, sobre quem escreveria constantemente. Ele se especializou particularmente em discorrer sobre a ligação entre a literatura e a filosofia, unindo assim suas duas paixões. 

Alguns de seus livros mais conhecidos são: 

• O Crivo de Papel 
• O drama da linguagem – uma leitura de Clarice Lispector 
• Oswald Canibal 
• O tempo na narrativa 
• No tempo do niilismo e outros ensaios 
• O dorso do tigre 

Era especialista também em Guimarães Rosa, na esfera literária, e em Kant, Heidegger e Nietzsche, no campo filosófico. Suas produções mais recentes são Heidegger e Ser e Tempo, de 2002, e Crônica de duas cidades: Belém e Manaus, escrito em parceria com o escritor amazonense Milton Hatoum, de 2006. 

Fontes: 
http://www.informam.ufpa.br/portal/benedictus/bio.htm http://pt.shvoong.com/books/biography/1659165-benedito-nunes-vida-obra/ http://www.scielo.br/pdf/hcsm/v14s0/12.pdf

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